Após pouco mais de 98,8% das urnas apuradas em todo o país, o TSE – Tribunal Superior Eleitoral, acaba de confirmar que o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), foi eleito presidente da república. Lula foi presidente entre 2003 e 2010 e assumirá seu terceiro mandato a frente do Palácio do Planalto.
Até o momento Lula tem mais de 59,5 milhões de votos (50,8% dos votos válidos), contra mais de 57 milhões do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) (49,6% dos votos válidos).
Lula tem a missão de pacificar o país que se mostrou completamente dividido, ao se julgar pelos números. Nos últimos anos o país tem convivido com o acirramento nas disputas ideológicas, externada principalmente nas redes sociais.
Durante a campanha eleitoral essa polarização entre as duas candidaturas puderam ser observadas em episódios como o do ex-deputado Roberto Jeferson, que recebeu policiais federais a tiros durante cumprimento de mandato de prisão contra ele, expedido pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. Neste sábado, a deputada federal Carla Zambelli, apontou uma arma para um apoiador de Lula que a provocava nas ruas de São Paulo.
Luiz Inácio Lula da Silva (nascido Luiz Inácio da Silva; Garanhuns, 27 de outubro de 1945), mais conhecido como Lula, é um ex-sindicalista, ex-metalúrgico e político brasileiro.
De origem humilde, migrou ainda criança de Pernambuco para São Paulo com sua família. Durante a ditadura militar, liderou grandes greves de operários no ABC Paulista e ajudou a fundar o PT em 1980, durante o processo de abertura política. Lula foi uma das principais lideranças do movimento Diretas Já, no período da redemocratização, quando iniciou sua carreira política. Elegeu-se em 1986 deputado federal pelo estado de São Paulo com votação recorde. Em 1989 concorreu pela primeira vez à presidência da República, perdendo no segundo turno para Fernando Collor de Mello. Foi candidato a presidente por outras duas vezes, em 1994 e em 1998, perdendo ambas as eleições no primeiro turno para Fernando Henrique Cardoso. Venceu a eleição presidencial de 2002, derrotando José Serra no segundo turno. Na eleição de 2006, foi reeleito ao superar Geraldo Alckmin no segundo turno.
O governo Lula teve como marco a consolidação de programas sociais, como o Bolsa Família e o Fome Zero, ambos reconhecidos pela Organização das Nações Unidas como iniciativas que possibilitaram a saída do país do mapa da fome. Durante seus dois mandatos, empreendeu reformas e mudanças radicais que produziram transformações sociais e econômicas no Brasil, que acumulou substanciais reservas internacionais, triplicou seu PIB per capita e alcançou o grau de investimento. Os índices de pobreza, desigualdade, analfabetismo, desemprego, mortalidade infantil e trabalho infantil caíram significativamente, enquanto o salário mínimo e a renda média do trabalhador tiveram ganhos reais e o acesso à escola, à universidade e ao atendimento de saúde se expandiram. Na política externa, desempenhou um papel de destaque, incluindo atividades relacionadas ao programa nuclear do Irã, ao aquecimento global, ao Mercosul e aos BRICS. Lula foi considerado um dos políticos mais populares da história do Brasil e, enquanto presidente, foi um dos mais populares do mundo. Foi sucedido no cargo pela chefe da Casa Civil no seu governo, Dilma Rousseff, eleita em 2010 e reeleita em 2014.
Após a presidência, Lula manteve-se ativo no cenário político e passou a ministrar palestras no Brasil e no exterior. Em 2016, foi nomeado por Dilma como seu ministro-chefe da Casa Civil, mas a indicação foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal. Em 2017, foi condenado em primeira instância, no âmbito da Operação Lava Jato, pelo juiz federal Sergio Moro, a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Com a confirmação da sentença durante o processo de apelação, foi preso em abril de 2018. No entanto, foi libertado após a decisão do STF definindo que a execução das penas devem ocorrer somente com o trânsito em julgado da sentença. Nos anos seguintes, diferentes decisões da Suprema Corte restauraram seus direitos políticos, bem como anularam suas condenações na Lava Jato, com Moro sendo declarado incompetente e suspeito.