O município de Volta Redonda conta com o programa de detecção precoce da doença de Alzheimer. O projeto faz parte da Davos Alzheimer’s Collaborative (DAC), uma aliança público-privada que une organizações em todo o mundo para construir um ecossistema de inovação, com avanços para o diagnóstico da doença.
Em Volta Redonda, a captação é realizada quando um idoso, acima de 60 anos, chega em uma unidade básica de saúde e da família (UBS e UBSF) com alguma queixa cognitiva de memória. Neste momento, quatro UBSFs estão realizando o teste precoce: Padre Josimo, Vila Brasília, Volta Grande e Santo Agostinho.
O médico psiquiatra e psicanalista Otelo Corrêa dos Santos Filho, que trabalha com projetos de saúde coletiva ligados à Atenção Primária, citou que é oferecido a esse idoso a participação na pesquisa.
“Caso o idoso aceite, ele assina um termo de consentimento e então é aplicado o teste de avaliação cognitiva digital. Se indicar um comprometimento cognitivo, é realizado um exame de sangue para detecção de um biomarcador sanguíneo, que indica com grande grau de positividade a suspeita da doença de Alzheimer nos estágios iniciais”, disse o médico.
O programa usa o Cognigram, que reduz a necessidade de testes neuropsicológicos amplos, que são demorados para os pacientes e exigem médicos especializados para administração. Através desse programa, o teste é aplicado por enfermeiros e médicos de família nas unidades de saúde selecionadas.
“O sangue está sendo colhido quando há indicação, no Laboratório Municipal Central para envio para o laboratório C2N nos Estados Unidos, para a dosagem dos biomarcadores para a Doença de Alzheimer. Os pacientes com alto nível de suspeição são encaminhados para a linha de cuidados mais adequada, para a redução dos fatores de risco para a Doença de Alzheimer, que incluem isolamento social, sedentarismo, perda auditiva, hipertensão arterial e diabetes, entre outros. Também estão muito adiantados as pesquisas e o desenvolvimento de novas medicações que irão alterar sua evolução, as chamadas terapias modificadoras da doença” completou o médico.
Alguns desses medicamentos podem ser fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio das políticas de assistência farmacêutica. O estudo, que é patrocinado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), se desenvolve, no Brasil, com o apoio da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade de São Paulo (USP).
A coordenadora do Setor de Educação Permanente em Saúde de Volta Redonda, Marciléa Dias de Sá Paiva Lima, citou que Volta Redonda, atualmente, é o único munícipio que está participando do projeto e já começou a avaliar moradores com 60 anos de idade ou mais, com queixas de alteração de memória.
“A complexidade do diagnóstico da doença de Alzheimer representa um grande desafio, que pode ser abordado com o desenvolvimento e disseminação de um conjunto de modalidades de testagem, e servir como uma ferramenta eficaz para identificar pacientes e facilitar o diagnóstico mais precoce e oportuno”, comemorou Marciléa.
Foto de divulgação- SMS/PMVR