A Gerência de Promoção da Igualdade Racial (Gepir) de Barra Mansa recebeu nessa quinta-feira (9), o vídeo “Jongo Cafezal – Da África às Fazendas de Café do Rio de Janeiro”, produzido pela Organização e Integração de Conscientização Negra (OICN). O trabalho foi selecionado por meio do Edital de Chamada Emergencial de Premiação n°03/2021: “Cultura Presente nas Redes 2”, realizado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro.
No encontro estiveram presentes a gerente da Gepir, Deviane Costa, a presidente do Conselho Municipal de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (COMUPPIR), Aldjane Prata, a gerente de Turismo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Bhella Santos, a presidente da OICN, Silvana Maria de Carvalho, e demais membros do grupo de jongo.
O vídeo tem duração de cerca de 30 minutos e será utilizado em aulas da rede municipal de ensino do município. Nele, uma boneca chamada Fayola (nome de origem Iorubá) conta parte da história do Jongo, além de exaltar as belezas da África, contribuindo também para combater a visão negativa que muitas pessoas têm do continente africano.
“O objetivo do vídeo é oferecer conteúdo que possa contribuir com os professores nas escolas. O Jongo Cafezal completou um ano e nesse período já foi selecionado para desenvolver dois projetos”, informou a presidente da OICN, Silvaria Maria de Carvalho.
A presidente do COMUPPIR, Aldjane Prata, ressaltou que esse será um instrumento abrangente para tratar do assunto junto aos estudantes de Barra Mansa. “Precisamos trazer a temática da afrodescendência para a atualidade. Os negros que foram escravizados se libertaram da linguagem de opressão na qual se encontravam e passaram a se manifestar de sua própria forma”.
De acordo com a gerente da Gepir, Deviane Costa, estão também acontecendo reuniões para finalizar o planejamento das atividades de promoção da igualdade racial para o ano de 2023 no âmbito escolar. “Barra Mansa é uma cidade que se preocupa cada vez mais com o combate ao racismo e à discriminação nas escolas. Tudo isso contribui para a formação de cidadãos conscientes e um mundo mais justo”, comentou.
O vídeo “Jongo Cafezal – Jongo, da África as fazendas de Café do Rio De Janeiro” já pode ser conferido no Youtube, através do link: www.youtube.com/watch?v=SJYLE5EqDCo.
O JONGO
O Jongo é uma dança folclórica de roda, que procura manter a tradição milenar das rodas de cultos africanos. Herança direta dos povos que vieram forçados a trabalhar em regime de escravidão nas lavouras de café do Vale do Paraíba, o jongo foi uma das formas de resistência dos negros.
A dança é acompanhada por dois tambores de caxambu e candongueiro, enquanto os participantes acompanham o ritmo com palmas. As músicas/pontos de jongo eram diálogos muitas vezes improvisados e baseados em perguntas e respostas, onde os escravizados entendiam o que estava sendo combinado, permitindo que, assim, fosse um ato de resistência.
Fotos: divulgação