Técnicos da Vigilância Ambiental de Itatiaia realizaram nesta quarta-feira (06/12) um bloqueio químico na Rua Juliana Campos Neves, no bairro Vila Esperança. A iniciativa faz parte do protocolo de ações contra arboviroses – dengue, Zika e Chikungunya – e acontece quando há notificações que podem se tornar casos confirmados. Além da localidade, de acordo com a Vigilância Ambiental, órgão vinculado à Secretaria de Saúde, os trabalhos de combate ao Aedes Aegypti, vetor transmissor da dengue, também estão sendo intensificados no bairro Campo Alegre, outro local em que foram registradas notificações nos últimos dias. Ali, também nesta quarta-feira, equipes fizeram visitações domiciliares, com colocação de larvicidas, quando houve necessidade, informando e mobilizando os moradores para ajudar no combate aos eventuais focos de transmissão.
De acordo com o coordenador da Vigilância Ambiental, Rafael Rezende de Carvalho, o bloqueio químico consiste na aplicação localizada de inseticida com bomba-costal motorizada para eliminar o mosquito Aedes Aegypti. “Nesse bloqueio borrifamos o inseticida num trecho de aproximadamente 150 metros da residência onde houve a notificação. Desta forma, a ação se estende nos pontos próximos, para se obter o melhor resultado possível no combate aos eventuais focos de criadouros. As equipes utilizam Equipamentos de Proteção Individual durante o manuseio e aplicação do inseticida”, informa.Dentre as ações adotadas para enfrentamento de arboviroses, a Secretaria de Saúde de Itatiaia, além de treinamento de atualização e capacitação sobre as práticas para o enfrentamento das Arboviroses, seguindo normativas, portarias e técnicas atuais, realiza o trabalho de combate aos focos transmissores durante todo o ano, intensificando-o nas localidades que mostram risco médio.Segundo a Direção de Vigilância em Saúde e a Coordenação de Vigilância Ambiental, em Itatiaia, entre janeiro a novembro desse ano, houve 808 casos notificados e 131 confirmados. Campo Alegre, Vila Esperança e Nova Conquista foram os bairros com maior incidência de focos do Aedes Aegypti em novembro. O LIRAa (Levantamento Rápido de Índices de Infestação por Aedes Aegypti) referente a outubro, divulgado pelo setor de Vigilância Ambiental de Itatiaia, está mostrando um Índice de Infestação Predial de 2,8, que se enquadra na faixa de médio risco.Os fatores para essa variação são o calor, que estimula a reprodução dos vetores, e as chuvas que caem nesse período, aumentando o número de reservatórios que servem de criadouros dos mosquitos. O Coordenador da Vigilância Ambiental destaca que a população precisa manter seus quintais limpos e lembra que é fundamental que os moradores permitam o acesso dos agentes às residências, devidamente identificados como servidores da Prefeitura, para que realizem seu trabalho no combate aos eventuais focos de transmissão.De acordo com Rafael, um percentual significativo dos focos encontrados em residências estava em vasos sanitários, pratos, garrafas retornáveis, recipientes de degelo em geladeiras e pequenas fontes ornamentais, além de vasilhas de água de cães, gatos, aves, cavalos e vacas. Ele salienta que o fato de muitos moradores de Itatiaia trabalharem em cidades próximas e às vezes procurarem atendimento em serviços ambulatoriais de suas empresas ou desses municípios, é um complicador para a comunicação rápida das notificações, o que prejudica a elaboração de estratégias de combate às arboviroses.O Secretário de Saúde, Luiz Eduardo Saldanha, adianta que a pasta está acompanhando de perto quaisquer notificações nas unidades de saúde que sugerirem a possibilidade de dengue. Os registros são encaminhados para a Vigilância Epidemiológica, que repassa os dados para a Vigilância Ambiental. A partir daí, técnicos vão ao endereço e fazem no imóvel, e no seu entorno, um monitoramento, adotando as medidas necessárias a cada caso.“É importante destacar a necessidade de a população manter sua atenção, vistoriando frequentemente suas casas e eliminando os objetos que possam servir de criadouro do mosquito. Principalmente quanto aos microfocos, que normalmente podem não chamar tanto a nossa atenção, como por exemplo. tampinhas de garrafa ou potes plásticos esquecidos pelos cantos. Entre os cuidados necessários estão evitar acúmulo de lixo e manter recipientes de água limpos e fechados. A melhor forma de se proteger é eliminar os focos de larvas, como as águas paradas. Assim não tem lugar adequado para os ovos se desenvolverem”, afirma.