Policiais civis de Barra do Piraí prenderam, na tarde da sexta-feira (dia 17), no distrito de Ipiabas, um auxiliar de mercado, condenado a 23 anos de prisão por estuprar a enteada, de apenas nove anos de idade. Os abusos ocorreram entre os anos de 2015 a 2017, no antigo endereço da família, no bairro Oficinas Velhas.
“O caso, apesar de pavoroso, demonstra que não se pode perder a fé na Justiça. Que mesmo que um processo, diante de seus trâmites, possa demorar, a Justiça acontece e pune com rigor crimes sexuais, especialmente aqueles praticados contra nossas crianças”, explica o delegado Antônio Furtado.
Em 2017, a vítima procurou a 88ª DP acompanhada da irmã, de 11 anos, que presenciava os atos, e da avó materna, que figurou como comunicante no registro. Na época dos fatos, a mãe das meninas estava presa por envolvimento com drogas.
Segundo o delegado, as provas são robustas e embasam uma condenação exemplar. “É revoltante a conduta desse padrasto. Quando ficava sozinho com as meninas, colocava a mais velha para brincar em um quarto, enquanto abusava da mais nova, fechando as cortinas e colocando mesas e cadeiras diante da porta do quarto para fechar. Em meio às violências, colocava a menina para jogar video game em seu aparelho celular, a fim de distraí-la. E dizia, por diversas vezes, que ninguém acreditaria nela, caso ela contasse. Ele estava errado. A avó acreditou, fez o registro de ocorrência e sete anos depois, ao término do processo, a Justiça de Barra do Piraí impõe ao criminoso essa condenação rigorosa, pois ele praticou diversos e incontáveis estupros contra essa criança de 9 anos durante dois anos. Chegou a hora de pagar por todo o mal que fez”.
Cabe lembrar que neste sábado (dia 18) é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infantil. “Um dia de conscientização e de luta. Nesta data é muito importante reforçar que as denúncias devem ser feitas, especialmente por parte de familiares. Quem souber de casos desse tipo precisa agir. É abominável que violências dessa natureza não sejam levadas à polícia. Quem cala, consente e é cúmplice do crime”, conclui Antonio Furtado.
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