A Assessoria da Promoção de Igualdade Racial da Prefeitura de Barra do Piraí promoveu um Ato Público revisitando o dia 13 de maio de 1888, como reflexão da chamada Abolição da Escravidão. O evento aconteceu na Câmara Municipal na quarta, 15, dentro dos festejos do Maio Negro. Participaram daquele momento, além de integrantes dos poderes Executivo e Legislativo, membros de instituições de defesa dos direitos dos negros.
Há 136 anos, o domingo de 13 de maio de 1888 amanheceu no Rio de Janeiro, capital do Império, com muita festa. A escravidão chegava ao fim por meio de uma lei votada no Senado e assinada pela princesa Isabel. O Brasil amargava o título de último país da América a acabar com a escravidão, que perdurou mais de três séculos, e foi o maior destino de tráfico de africanos no mundo, onde mais de cinco milhões foram arrancados de suas terras.
Porém, apesar da data ter sido muito comemorada, segundo a literatura brasileira, há questionamentos que devem ser feitos sobre a real liberdade da população preta do Brasil. Para o assessor de Promoção da Igualdade Racial de Barra do Piraí, Mauro Arêdes Theodoro, várias perguntas precisam de respostas.
“Será que, realmente, raiou a liberdade no Brasil? A luta é contínua por igualdade entre as pessoas de todas as raças, e as políticas públicas precisam se voltar, sobretudo, para a equidade. Porém, a população preta do Brasil ainda se vê ‘amarrada’ em muitos entraves sociais, que impedem viver em liberdade”, aponta.
O prefeito Mario Esteves credita estas respostas aos investimentos em setores cruciais, como empregabilidade e educação inclusiva. “Propomos que as autoridades políticas e empresariais se voltem para a inserção de pessoas pretas no mercado de trabalho, principalmente quando se trata do primeiro emprego. Precisamos desmentir o fato de existir a tal meritocracia num país que só diminuiu ou executou a população negra. Temos que abrir portas e investir na educação que não exclui, seja em sala de aula e no ambiente de convivência. Assim, a liberdade prevalecerá”, acredita.
Frank Tavares