A qualidade dos queijos e derivados lácteos que são produzidos em Valença recebeu mais um reconhecimento nacional. Entre os dias 15 e 18 de setembro aconteceu o 2º Mundial do Queijo do Brasil. Para participação no evento, o Sebrae Rio levou 23 queijos produtores do Estado do Rio de Janeiro, e oito produtos do município receberam medalhas. O Capril do Lago ganhou quatro medalhas: a medalha de prata – o Caprinus do Lago; e as medalhas de bronze – o Boursin do Lago; o -Brie-tô; e o Belladona do Lago. Já a Queijaria Du’vale recebeu duas medalhas: medalha de ouro – Pérola Negra e a medalha de prata – Pérola Negra. O Ateliê Du Queijo também conquistou duas medalhas: medalha de ouro – iogurte natural e medalha de bronze – doce de leite.
“Uma série de fatores contribuiu para chegar a esse momento. As únicas queijarias premiadas do estado são de Valença, que reforça o valor histórico do município. Também preciso lembrar que a nova lei do queijo possibilitou que nossos produtos fossem vendidos para todo o estado. Estou vibrando porque fomos a queijaria mais premiada no Mundial do Estado do Rio de Janeiro. Um trabalho que começou quando tinha 12 anos de idade, e que de dois anos para cá ganhou uma pegada mais profissional. Essas premiações e as certificações abrem portas para o pequeno produtor, agregar valor à sua marca e garantir uma vantagem competitiva”, conta o produtor rural Fabricio Vieira.
O Concurso Mundial de Queijos e Produtos Lácteos contou com representantes de 11 países (Brasil, México, Panamá, Estados Unidos, Portugal, Espanha, França, Itália, Suíça, Inglaterra e País de Gales), totalizando 1.133 produtos inscritos, julgados por 180 jurados. Destes, 21 ganharam medalhas Super Ouro; 86 Ouro; 158 Prata e 219 Bronze.
“Preciso lembrar um pouco do passado. Em 1976, havia o êxodo rural. Meus pais saíram do interior para uma cidade maior. Hoje, voltei às minhas origens. Estamos muito felizes com o resultado. Começamos a produzir um novo conceito de queijo artesanal. Essa medalha é muito importante, não só para o estado, já que Valença é a segunda maior produtora de leite do estado. Estamos participando de concursos mundiais e já ganhamos três medalhas. Nos dias de hoje, não basta apenas saber fazer o queijo, precisamos ter expertise. A estratégia e o marketing dependem de uma série de conjuntos para obtermos o sucesso esperado”, celebra o produtor rural, Rodrigo Duvale.
O Concurso Mundial de Queijos e Produtos Lácteos tem como principal objetivo reconhecer os melhores queijos do mundo, avaliados por uma comissão de jurados brasileiros e estrangeiros. Com os concursos chancelados pela Guilde Internationale des Fromagers, o Mundial é a única premiação nacional que contempla produtores artesanais e industriais.
“Essas premiações reforçam a tradição queijeira de Valença, valorizam o nosso município e é um marco para o estado. Precisamos valorizar o nosso produto, pois muitas vezes falta essa visibilidade. Temos uma produção pequena, e esse reconhecimento pode encorajar outros produtores a empreender. Pertenço a quarta geração de produtora rural da minha família. O meu doce de leite é uma receita de família, que passa por gerações. Antes de voltar às minhas raízes, morei e trabalhei em um grande centro urbano. Optei por seguir uma carreira acadêmica, mas quando me casei, meu marido e eu vínhamos com frequência à roça. Quando decidimos largar o Rio e construir uma vida em Valença, passamos a estudar, fazer cursos, aprimorar nossa tecnologia e desenvolver projetos para o bem-estar dos animais, pastagem e adotamos a energia fotovoltaica. Nosso ateliê acabou de completar um ano e esse reconhecimento reforça que o trabalho que a minha família começou em 1930 está no caminho certo”, disse Samara Gatto, produtora rural.
Os produtos vencedores foram decididos por uma mesa de jurados, que devem argumentar o porquê de seu queijo favorito merecer ganhar e angariar votos dos demais jurados. Para serem aprovados, os jurados precisavam avaliar quatro princípios: características exterior e interior, textura, aromas e sabores.
“É uma conquista e um reconhecimento de valores culturais de Valença. Já temos tradição na produção de queijos de qualidade. Segundo a Emater, 504 famílias estão envolvidas na produção primária de leite, o que possibilitou a produção de mais de 28 milhões de litros de leite produzidos em Valença. Essa premiação dos queijos especiais possibilitará agregar valor ao produto e de desenvolvimento econômico. É importante reforçar que nossa atuação foi abrir mercado para esses produtores, promover o networking e estabelecer contato com novos fornecedores e compradores, além de oferecer as condições necessárias para participar desse concurso e de outros festivais. Também estamos preparando consultorias especiais para esse perfil de empreendedor”, comemora Leda Barreto, analista do Sebrae Rio.